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domingo, 27 de outubro de 2019

EJA - Uma Ação Política do Ensinar

Essas cinco semanas de estágio na EJA têm sido de muitas provações, mas acima de tudo de muitos aprendizados, pois, é nítido que a alfabetização de adultos perpassa a pura e simples questão pedagógica do conhecimento das letras e números; é sim, antes de tudo, uma forma subversiva de resistir ao sistema.De enfrentar, o antes impensável, mundo do saber. Não o saber adqueirido, empírico, de mundo, mas o saber que se encontra nos livros.

É bom lembrar que a maior parte dos estudantes que hoje frequentam esta modalidade de ensino - para adultos - não estão naquela situação somente por que querem, mas pelo sentido de dever, de cidadania, de vir a ser no mundo. Há claramente nos olhos de cada um a fome de aprender. O desejo de dominar as letras e com elas uma outra forma de ver o próprio mundo. 

Essencialmente, essa necessidade intrínseca de todo o ser humano, a de saber, se manifesta nesses estudantes, de maneira contundente. Não sem dificuldades, é claro, mas com paixão.

É, portanto, essencial, que antes de ser o educador alfabetizador, o professor também consiga enxergar esse universo do estudante da EJA, com as lentes da gente trabalhadora que se desloca a cada dia, muitas vezes, com o cansaço estampado nos olhos, pelo longo dia de trabalho, em sua maioria, trabalhadores braçais.

Desenvolver esse olhar empático, é a única forma de também olhar sob as lentes de quem até hoje leu e viveu sem as letras, mas que agora emerge, com a necessidade de nascer de novo,relendo a própria vida. 

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