Gostaria de postar aqui, a atividade que foi proposta para a interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação, pois trata-se de uma atividade que se relaciona diretamente ao momento político em que vivemos, de muita polarização, ódios desenfreadas, falsas notícias e uma enxurrada de falsas promessas, no cenário político, de maneira que, trazer à lucidez questões simples sobre quem são ou como agem nossos políticos, é dever não só dos cidadãos de maneira geral, mas também um dever didático e da educação como um todo.
Assim, gostaria de apresentar nossa ideia de atividade didática, o qual foi proposta por mim e pela Daniela Paixão, após as leituras que nos foram propostas como base para nossas reflexões.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
DIDÁTICA, PLANEJAMENTO E
AVALIAÇÃO
Prof. Simone Bicca -
Tutora Jacqueline
Alunas: Alessandra
Figueiró Thornton e Daniela Paixão -
Turma: D
Atividade 2:
Planejem uma atividade didática integrando diferentes áreas do
conhecimento (ao menos três). Explicitem a série e as áreas de conhecimento na
proposta de vocês. e postem neste fórum.
Com base
nos textos lidos, e na influência que tem o mercado na educação e a educação no
mercado, bem como o cenário sóciopolítico e cultural em que estamos inseridos,
elaboramos uma atividade para alunos do 3º ano do Ensino Médio, pois, entendemos
que após o término da educação básica, estarão, de alguma forma, imersos no
mercado de trabalho, assim como nas ações de cidadania, tais como o voto, o serviço
militar obrigatório, dentre outras. E para isso, entendemos que é preciso um
saber que os leve ao pensamento crítico-reflexivo de seus papéis na sociedade e
da importância que tem “discutir e entender política”, contrariamente ao que é
dito e divulgado entre os jovens e adultos de forma geral, ou seja, que
política, a exemplo de religião e times de futebol, são assuntos indiscutíveis.
Queremos, com essa atividade, provar que é exatamente o contrário. Por
conseguinte, entendemos que sob o aspecto pedagógico e curricular, essa
atividade envolve, essencialmente, eixos temáticos relacionados às disciplinas
ligadas às humanidades, como Sociologia, História, Filosofia e Geografia.., mas
pode, perfeitamente, ser levada a outras áreas do conhecimento, como a
Matemática, se trabalhada com dados estatísticos e gráficos, por exemplo, além
de questões gramáticais relacionadas ao texto em si, de forma que também
abrange a área das Linguagens e seus Códigos, como no caso de uma tradução do
texto trabalhado, por exemplo, ou mesmo, da transcodificação para Libras ou
Braile, já que não se encontra disponível no site pesquisado outras formas que não a escrita em língua oficial.
OBJETIVOS
Desenvolver o pensamento crítico;
Discutir política e políticos;
Conhecer os políticos e suas propostas políticas;
Pesquisar fontes oficiais de informações
governamentais;
METODOLOGIA
Apresentaremos um texto, cujo título é “O Jovem e A Política”, escrito por Michel Temer, à época que era presidente
da Câmara dos Deputados, entre 2009 e 2010. Porém, não colocaremos o autor.
Após a leitura, pediremos aos jovens que debatam sobre os pontos fortes e
fracos do texto, elencando e trazendo questões relativas ao texto, à discussão,
que será feita em pequenos grupos e, após o término, cada grupo apresenta suas
ideias-chaves sobre o texto em questão. Perguntaremos então, sobre se eles
sabem quem escreveu o texto e o que pensam, com base no governo que presenciam
hoje, tendo Michel Temer como presidente de nosso país, as ideias apresentadas
à época em que escreveu o texto.
O texto, disponível no site da Câmara dos Deputados, deverá servir de caminho para que os alunos tragam
outras propostas, de outros(as) políticos(as), bem como suas trajetórias
políticas e o que fizeram, escreveram, propuseram ou aprovaram (em termos de projetos),
como representantes do povo.
Assim, cada grupo elegerá um(a) político(a) e buscará
em sites oficiais, como o portal da transparência do governo, ou, o site da Câmara
dos Deputados, do Senado e outros...,
ligados a fontes governamentais, um perfil do(a) político(a) escolhido(a). Por
fim, faremos um grande debate sobre todos os pontos positivos e negativos
elencados pelos alunos, de forma que eles deverão chegar a conclusões, a partir
dos resultados encontrados.
AVALIAÇÃO
A avaliação se dará com base nas discussões e debates
estabelecidos em aula, bem como nos perfis traçados e suas apresentações e
argumentações referentes ao mesmo, além do diálogo final, no confronto de
ideias com os outros grupos.
REFERÊNCIAS
SANTOMÉ, Jurjo Torres. As origens da modalidade de currículo integrado.
In:______. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo
integrado. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998, p.9-23;
JAPIASSU, Hilton. A questão da interdisciplinaridade. Revista Paixão de
Aprender. Secretaria Municipal de Educação, novembro, n°8, p. 48-55, 1994;
ZEN, Maria Isabel
H.Dalla; XAVIER, Maria Luisa M. Planejamento
em destaque. Porto Alegre: editora Mediação, 2011, 4 ed.
ANEXO
Texto proposto:
O jovem e a política
É comum ouvir que o
Brasil precisa promover ampla renovação política. A premissa sobre a qual se
apóia esta meta é a de que convivemos com velhos costumes e métodos, alguns
deles datados dos tempos iniciais da colonização. Estamos todos de acordo:
mudar é preciso. Ocorre que nenhuma transformação, para obter níveis razoáveis
de institucionalização, pode ser realizada da noite para o dia. A mudança
política demanda tempo e reflexão. Portanto, para que o processo político
brasileiro comece a receber oxigênio, é necessário que plantemos as sementes. E
as sementes estão nos jovens. Precisamos olhar com mais atenção para o papel do
jovem na sociedade. Para termos idéia de sua importância, basta atentarmos para
o fato de que, nas eleições de outubro deste ano, os brasileiros entre 16 e 24
anos formarão um contingente de mais de 5 milhões eleitores.
Infelizmente, esse
universo se encontra muito afastado da vida política do país. E as razões são
plausíveis. Escândalos, descalabros administrativos, máquinas burocráticas
emperradas, partidos sem identificação popular constituem, entre outros,
fatores que afastam os jovens do processo político. Na ausência de projeto
ético e de uma sinalização comprometida com mudanças, os jovens acabam
destinando sua atenção para outras prioridades. É triste verificar que milhares
de jovens, levados pela atração dos bens materiais e do consumismo, passaram a
ver a política como algo desimportante. Afinal, a política é a arena central da
construção do futuro coletivo.
Vemos com muita
preocupação essa situação. Os jovens precisam ser motivados. Com bons exemplos,
com histórias de decência, com valores e princípios éticos. A conscientização
política precisa vir também da Escola, dos mestres, dos pais. Hoje, o país
respira política por todos os lados. Os candidatos expõem seus pontos de vista
e seus programas. Não existe melhor momento que este para que os jovens possam
fazer a sua avaliação e tomar as suas decisões. A mudança pode começar na
escolha da representação nas Casas Legislativas. E os candidatos, por sua vez,
hão de considerar os jovens em seu repertório, transmitindo idéias e propostas
que possam envolver seu interesse.
É fundamental que
semeemos o conceito de brasilidade junto ao segmento jovem. A Escola não pode
ser apenas território de transmissão de informação. Há de ser, acima de tudo,
nicho de formação e desenvolvimento de caráter. Se conseguirmos conferir à Escola
o seu papel de agente de transformação social, certamente estaremos forjando a
mudança política que o país está a merecer. O jovem é e será o esteio da
transformação política brasileira.
Afinal, há
coincidência básica na ação política e na ação dos jovens. Ambas se voltam para
a construção do futuro. Há diferentes linguagens sendo faladas nesses dois
segmentos, mas há mais pontos comuns do que se imagina. É preciso focar as
semelhanças para reestabelecer a conexão desse contingente de brasileiros com o
universo político. Hoje há novas ferramentas de comunicação, como a internet. O
Congresso permitiu a utilização mais ampla desse instrumento na campanha
eleitoral deste ano. Esse será um ponto convergente, onde a liberdade de
informar, criticar e falar será fundamental. É um território dos jovens onde a
política estará iniciando sua caminhada em direção a um reencontro com os
jovens brasileiros.
Michel Temer
Presidente da Câmara
dos Deputados