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sábado, 18 de abril de 2015

Machuca

Hoje assisti ao filme Machuca, sugerido pela nossa interdisciplina de Cultura e Sociedade! Só posso dizer que o filme , retratado em sua história que se passa no ano de 1973, considerado os anos de chumbo no Chile,é mais atual do que nunca. É atual por que traz várias conexões com o nosso mundo e especialmente conosco, estudantes do PEAD-UFRGS, já que o filme nos contempla com a história de amizade entre um garoto, Gonzalo Infante,  classe média-alta, estudante da Escola Saint Patrick, escola bilíngue, coordenada pelo padre McEnroe, simpatizante das ideias de Allende, então no governo, e Pedro  Machuca, morador de um assentamento muito pobre próximo à Escola. Machuca é aceito na Escola SP como bolsista e ali começa a amizade dos dois e também a desigualdade dos mundos distintos em que vivem, não tirando de fato algumas similaridades emocionais como os conflitos de família que ambos passam; a rejeição pelos outros colegas, a timidez,  o encantamento pela mesma menina! Tudo isso os aproxima como nunca. Gonzalo que está alheio ao que acontece em seu país começa a se deparar com um universo antes nunca imaginado como quando visita o amigo e percebe que na casa não há banheiro!
Machuca está inserido no contexto de provocação e contrariedade em relação ao sistema e sua condição de índio, pobre, de família "comunista"!
Os protestos mostrados no filme não saõ diferentes dos vividos por nós, onde a classe dominante está definitivamente alheia às necessidades básicas do outro como condição mínima de dignidade!
Somos todosPedro Machuca, pois quantos de nós sonhamos em estar na universidade federal, numa melhor condição profissional até, e sem as devidas condições mínimas de igualdade socioeconômica fomos sucumbidos pelo sistema? Acredito que muitos!!
É um filme bonito, sensível,  reflexivo do ponto de vista de nossas atribuições e papel como educadores, mas acima de tudo um filme real! Nos leva à contemporaneidade quanto aquilo que é nós e o outro! A própria alteridade se confunde com a existência!

terça-feira, 14 de abril de 2015

Portfólio

Me incorri em questionamentos metalinguísticos quando iniciei este blog e principalmente depois que comecei  a leitura sobre a definição, conceito e entendimento do que estamos fazendo, bem como da palavra que tanto temos usado e falado nos últimos dias! Todos sabem como se escreve corretamente a palavra "portfólio"? Bem, acredito que trata-se de um, mais um anglicanismo a que estamos expostos. Não me surpreende, no entanto, não termos uma palavra ou conceito que defina tão bem os trabalhos que estamos tecendo, bem como na forma que se apresentam! Poderia ser um dossíê! Uma coletânea, etc. Porém,  mesmo com a palavra "dossiê" incorremos em mais um estrangeirismo: "Do Francês Dossier, 'conjunto de documentos, de papéis', de Dos ( do L. DORSUM), 'costas, dorso'),'costas, lombada', porque nesta parte do conjunto se colocava uma etiqueta para identificação."

O importante é que tenhamos em mente que nosso portfólio, seja ele escrito da forma que for tenha a cor e a tradução de nossos pensamentos, nossas reflexões e sentimentos!  Que porte as nossas fotografias de aprendizado e crescimento durante o curso!

Fonte:
http://origemdapalavra.com.br/site/palavras/dossie/
http://webinsider.com.br/2005/07/03/portifolio-e-portfolio-qua
l-a-grafia-correta/




segunda-feira, 13 de abril de 2015

Tu tornas eternamente responsável por aquilo que cativas

Meu trabalho  é basicamente com adultos ou adolescentes! Eja e Ensino Médio. Então, tenho/temos enfrentado um problema sério pois a maior parte das escolas estaduais de Ensino Médio, caso da minha, recebe alunos oriundos do ciclo ( município) ou então , de outras escolas, com outras dinâmicas, outros perfis e é em cima desses diferentes perfis que elaboramos a cada ano, as diferentes turmas que vão formar o nosso Ensino Médio! Supõe-se que um aluno chegado ao EM deva estar apto às competências básicas do Ensino Fundamental e seus pressupostos pedagógicos. Acontece que na prática isso não funciona assim, desse jeito. O que fazer com um estudante que chega à essa etapa sem nem ao menos ter conhecimento sobre que são "pronomes pessoais"? A coisa complica pois nos reinvantamos para tentar atingir e contemplar a todos de forma a não massacrar aquele aluno que também espera por mais. Em termos de sala de aula, esse tornou-se meu grande drama! Às vezes consigo contornar a situação e trazer todos para os objetivos que proponho e  comumentemente me reinvento dando aulas de história, geografia, arte, português, inglês ( minha disciplina), e até matemática!

sábado, 11 de abril de 2015

Mercedes Sosa - Gracias a La Vida

Essa canção não é somente a canção do dia, mas a canção de uma vida! A vida que damos graças por tê-la! Gracias a  mi vida que me ha dado tanto...principalmente a distinção entre a própria existência. Estamos todos os dias expostos a não existirmos mais, porque ser/estar é sucumbir à própria tarefa de viver! Ontem sucumbi, hoje dou graças à vida!


terça-feira, 7 de abril de 2015

Caminho

Todo caminho percorrido é sempre ponte para um novo caminho!
Ao me deparar com os desafios propostos em nosso portfolio me dou conta de que ao entrar nessa nova ponte visualizo meu percurso como quem parte em busca! É um desdobrar de ideias e aprendizados! E lá no fim, antes da próxima ponte,  o sol! Ilumina-se o dia, e nova ponte avisto!

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Dom Gato e Dona Andorinha

   "O mundo só vai prestar                                          Para nele se viver                                                     No dia em que a gente ver                                              Um gato maltês casar                                                    Com uma alegre andorinha                                          Saindo os dois a voar                                           O noivo e sua noivinha                                                  Dom gato e Dona Andorinha"                                                                                           Jorge Amado
Há três dias tive o prazer de terminar um livro saborosíssimo sobre o olhar de Zélia Gattai e seus filhos, Paloma e Jorge,  sobre Jorge Amado, o marido, o pai e como o viam na vida em geral, com os amigos, nos escritos literários e suas aventuras, frases, de efeito, manias, etc. http://pt.wikipedia.org/wiki/Um_Baiano_Rom%C3%A2ntico_e_Sensual.Nesse livro de memórias, há um episódio interessante em que seu filho, Jorge, relembra  a história do gato malhado e da andorinha sinhá, história que fora um  presente de aniversário para o filho, na época em que a família toda vivera exilada em Praga. Na história inicial a andorinha e o gato não ficam juntos! E mesmo menino, Jorge se questiona sobre isso! Muitos anos depois Jorge Amado,  o pai, considera que se escrevesse  àquela época, mudaria a história, e os dois ficariam juntos. Na visão dos filhos isso ocorreria porque o pai àquela altura da vida e de todas as suas experiências eliminara tantos preconceitos e diferenças, e que portanto, seria muito melhor que os dois ( o gato e a andorinha), mesmo tão diferentes, ficassem juntos! Assim mesmo, somos nós, quantas vezes nos damos conta de que saberes e ideias antes preestabelecidos e arraigados passam a ser pra nós como a história da ave e do felino! Apenas um detalhe!

sexta-feira, 3 de abril de 2015

O tempo

O tempo! Cada vez que me lembro que iniciei esta jornada rumo à universidade chego a me arrepiar com o fato de que o tempo é meu aliado mas também poderá ser um obstáculo no decorrer do percurso!
A mesma vontade que tenho de completar o tempo está inversamente otimista, (digo, o meu otimismo!) com o tempo que ainda tenho! No entanto, sei dessa necessidade e desse caminhar. Espero daqui quatro anos, encerrar este blog com o mesmo poema de Mário Quintana! Quando se vê já é 2018!

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Novos Saberes

Quando vi meu nome na lista, após o vestibular, me dei conta que estava me desafiando a um novo caminho, repleto de novos e diferentes saberes! E é exatamente assim que me sinto agora, fazendo a travessia do rio! Não sei ainda se sou a professora, ou o advogado, mas certamente se a canoa virar quero ser o barqueiro! Porém, assim como os saberes, acho que variamos nossas posições para nos adaptarmos às mais diferentes situações.Ora sendo um, ora sendo outro, mas sempre com a certeza de que estamos sempre a aprender novos saberes!

Saberes diferentes

Em um rio largo, de difícil travessia, havia um barqueiro que atravessava as pessoas de um lado para o outro. Em uma das viagens, iam um advogado e uma professora. Como quem gosta de falar muito, o advogado pergunta ao barqueiro:

- Companheiro, você entende de leis?
- Não! Respondeu o barqueiro.

E o advogado compadecido:
- É uma pena, você perdeu metade da vida!

A professora muito social entra em conversa:
- Seu barqueiro, você sabe ler e escrever?
- Também não. Responde o remador.
- Que pena! - lamenta-se a mestre. Você perdeu metade da vida.

Nisso chega uma onda bastante forte e vira o barco.
O canoeiro preocupado, pergunta:
- Vocês sabem nadar?
- Não! Respondem eles rapidamente.
- Então é uma pena.

E conclui o barqueiro
- Vocês perderam toda a vida!!!!

"Não há saber mais ou menos: há saberes diferentes." (Paulo Freire)