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quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Menino de azul e menina de rosa

Publicar ideias no blog relacionadas aos nossos aprendizados passados aqui no PEAD é uma forma de catarse, pois é preciso que revisitemos não só o que aprendemos anteriormente, mas de que forma isso se relaciona com o nosso mundo agora e com o período em que vivemos, já que, como sujeitos históricos, não há como desvincular da educação nossos próprios processos pessoais e visão de mundo, que não sendo bancária, nos faz pensar, nos faz agir, refletir e debater nossas impressões acerca do ambiente a nossa volta.

Uma das interdisciplinas que fez parte dos primeiros quatro eixos do PEAD foi a interdisciplina de Infância(s) de 0 10 anos, ministrada pela professora Fabiana Amorim Marcello que, brilhantemente, nos fez pensar sobre o papel da criança em nossa sociedade e de que forma colaboramos com alguns estereótipos que perduram na mente dos pequenos.

Esta semana, a ministra dos direitos humanos, Damares Alves, a qual, desde sua indicação pelo atual governo, vem causando desconforto com algumas afirmações, no mínimo polêmicas, trouxe à imprensa e às redes sociais, após discurso de posse que,  a partir de agora (novo governo), o Brasil passaria a viver uma nova era, uma era onde menino veste azul e menina veste rosa, fazendo alusão direta à questão de gênero. 

Devemos, como educadores, pensar isso à luz de nossa realidade educacional, visto que tanto tem se falado no "escola sem partido", "kit gay", "mamadeiras eróticas" e outras fake news promovidas pela campanha do novo governo e que colocam a escola e o professor na condição de doutrinadores ideológicos e orientadores sexuais, como se isso fosse humanamente possível; que outro ser humano determinasse a orientação sexual de uma outra criança.

Além disso, promove um discurso que foi amplamente debatido na interdiscilina mencionada acima, que é a sexualização e deteriorização da figura infantil por meio da propaganda, da televisão e do consumo desenfreado de produtos  que visam apenas o lucro de grandes empresas. Isso nunca se discutiu no âmbito político, tampouco foram apresentados projetos de leis que controlassem e/ou limitassem a exposição das crianças em propagandas sexualizantes, adultizadas e fora do contexto do mundo infantil.

Por outro lado, temos também a questão de gênero relacionado à criança, colocando a menina sempre num papel submisso e inferior na sociedade, que historicamente sabemos, é uma sociedade que favorece aos homens. 'Rosa é cor de menina e azul é cor de menino', é apenas uma forma de determinar papéis como: 'menina brinca de boneca e garotos com bola, menina  é a boneca bonita e menino é o astronauta'. Coisas desse tipo e que alimentam uma mentalidade diviosionista e sexista entre as crianças, ensinando-os desde cedo a verem no sexo oposto, seu rival. Isso, definitvamente, faz parte de uma educação que, em nada se parece com os  ideais progressistas, de um futuro igual para todos, ou uma sociedade que permita a meninos e meninas serem o que quiserem, e usarem as cores que quiserem sem serem julgados ou rotulados por isso.




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