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terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Libras e os sinais da exclusão

Revisitando as interdisciplinas que fazem parte dos primeiros quatro eixos do PEAD, foi impossível não fazer um paralelo com o atual momento político porque passam os brasileiros, o discurso da primeira-dama - Michele Bolsonaro -, e a interdisciplina de Libras.  

É preciso ressaltar o caráter demagógico de tal discurso visto que no dia seguinte, 02 de janeiro de 2019, foi extinta, pelo ministro da Educação, o colombiano Ricardo Vélez Rodrígues, a secretaria que, justamente, cuidava dos assuntos relativos à comunidade surda.  

A língua brasileira de sinais foi estabelecida como língua oficial dos surdos em 2002, por meio da Lei nº 10.436 e, em 2010, proposta pela Deputada Maria do Rosário, do PT, houve a regulamentação da lei que torna o intérprete de Libras profissional dessa área.

A partir da regulamentação da lei para intérprete de Libras, aconteceu um boom na área da educação que compreende a língua dos surdos, pois, além da criação de cursos superiores, ocorreu também a necessidade de profissionais que estivessem habilitados a atuar nas mais diversas áreas utilizando a língua de sinais. 

Se por um lado, se entende a necessidade de dar  meios às pessoas surdas através de sua língua própria, torna-se nítida a carência de pessoal capacitado, e por isso, a importância de se criar  mais políticas de acesso, tanto aos surdos como aqueles que os interpretam.

Portanto, a crítica que se faz ao governo e também à hipocrisia em torno do discurso da primeira-dama é de que, é preciso muito mais do que apenas sinalizar à nação o quanto,  em um discurso preparado e cheio de paixão, a língua de Libras é inclusiva e necessária. Todo e qualquer processo de inclusão é de extrema relevãncia; mas indo além, é preciso possibilitar que a política abra os canais necessários de acesso por meio de uma educação que seja de fato inclusiva e não pertencente a poucos, ou às nobres damas que compõem o alto escalão do governo brasileiro.


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