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quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Pedagogia do Oprimido

Revisitando o Moodle Histórico e os primeiros 4 Eixos do PEAD, deparo-me com a interdisciplina de Escola, Projeto Pedagógico e Currículo, onde, além de revisistarmos questões pertinentes à escola, como o PPP e outros instrumentos pedagógicos institucionais, bem como as alterações previstas em lei para a constituição que rege o ensino no Brasil, revimos também a Pedagogia de Freire. Assim, em um dos fóruns de discussão propostos nesta interdisciplina, discutiu-se a Pedagogia do Oprimido, e nas palavras de Freire, analisamos não só o papel do professor, mas também da escola, do educando e de como essas três personagens se encontram no cenário educacional, formando aquilo que entendemos por 'escola'. Ou mesmo, como a concebemos, como ambiente de aprendizagem. Com isso, observamos que, as ideias de Freire presentes até hoje, perpassam o cenário político-educacional de nosso fazer histórico como nação que teve de, além de passar por processos de redemocratização, trazer isso para o saber nas escolas. Não assusta o fato de que em tempos tão retrógrados, os quais passamos, hoje em dia, no cenário político, Freire tem sido figura mais que comentada e, muitas, vezes, de forma negativa e pejorativa, por pessoas que nunca sequer leram um de seus livros ou mesmo, por pessoas tão distantes dos assuntos educacionais relativos à educação brasileira, que nos perguntamos, de quê mesmo falava Freire? Freire falou de uma educação libertadora, que coloca o educando no centro do pensar, desconecta a relação engessada e hierárquica entre professor-aluno e coloca o estudante como agente de seu próprio aprendizado. Assim, mesmo que suas frases sejam simples referindo-se que não basta saber que 'Eva viu a uva', mas, essencialmente, saber de onde vem essa uva, quem planta, quem vende, como se comercializa. Freire também criticou  a educação bancária, onde o aluno é depositário do conhecimento, sem relação, muitas vezes, com o próprio meio e saber de mundo já adquirido. Com isso, Freire aborda o aspecto da ética no ensinar, alertando que o ato de ensinar não se restringe a passar conhecimentos, mas fazer pensar. O que Freire idealizou, portanto, foi um ensino que privilegiasse o pensamento crítico, a ação autônoma do pensar como forma de leitura do próprio mundo. Todas essas coisas que são, ainda tão atuais e que, nos fazem questionar cada vez mais o papel do professor, da escola e da sociedade em geral. Esse - o professor - comumente chamado de doutrinador! Será que o fato de não nos apropriarmos verdadeiramente e em profundidade das ideias de Freire e trazermos a nossos estudantes um cidadão mais crítico e menos influenciado pela mídia e pela própria educação bancária, não é essa a proópria doutrinação a que nos restringimos nos dias de hoje?




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