Ao ler os textos propostos sobre os estádios do desenvolvimento propostos por Piaget e descritos de forma bem transparentes por Becker e Marques é possível entendermos os inúmeros aspectos que relacionam o aprendizado à cognição. Entendemos as nomenclaturas, os termos usados pelo autor e frisados por seus estudiosos como estádios em vez deestágios, assimilação, equilibração e tantos outros que imediatamente nos ligam à teoria piagetina. No entanto, o que mais me marcou nas leituras foi o fato de que no texto de Piaget, está realçado que os estádios não estão condicionados às idades específicas, ou seja, que esses números fazem parte de uma média estatística, portanto com variâncias esperadas. E que, os estádios em si, servem para relacionarmos o desenvolvimento cognitivo das crianças e suas diferentes formas de assimilar o objeto, mas que não se trata de um construto necessariamente cronológico. Digo isso, pois, o que vemos em nosso sistema escolar é justamente o contrário e aí, talvez, resida a grande crítica de Becker e Marques sobre os "não-entendimentos" acerca da obra de Piaget e seu legado para a educação. Deveríamos à luz da teoria pensar em nossos alunos como seres únicos em seus conhecimentos e formas de aprender, coisa que nitidamente a escola tem falhado, desde o momento que categoriza os esudantes (todos) de maneira uniforme, como se todos, àquela idade, devessem, ao mesmo tempo, saber as mesmas coisas. Triste realidade, mas infelizmente real.
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